domingo, 28 de janeiro de 2018

Desinformadoss agora no youtube

Fala galera! Eu sou o Dan Folter e este é o novíssimo canal do Desinformadoss no Youtube!

É isso mesmo! Agora vocês poderão curtir os conteúdos aqui do canal também em vídeo. Faremos resenhas, análises sobre obras mais antigas e, claro, falaremos um pouquinho também das nossas obras próprias.

Claro que não foi fácil gravar esse primeiro vídeo. Apesar de o resultado ter apenas pouco mais de cinco minutos, foram precisas algumas horas de planejamento, montagem do cenário, posicionamento de câmera, luz e microfone, além é claro de vários takes de gravação porque o nervosismo me impediu de falar tudo de uma vez.

Por essas e outras, peço que deem um desconto para os tiques nervosos, as diferenças de luz e de som e outros probleminhas que pretendo melhorar para os próximos vídeos.

Mas o resultado acabou ficando bastante interessante, grande parte graças ao trabalho do meu grande amigo de infância, o Davi Ferreira, que editou, criou a vinheta e colocou as músicas.
Para quem quiser fazer trabalhos com ele, só entrar em contato pelo: yagami312@gmail.com

Assistam ao vídeo e nos digam o que acharam. Opiniões são de grande ajuda nesse início, mesmo as desagradáveis...
E uma dica. Assistam até o final pois deixei um bônus por lá.



Grande Abraço!

Dan Folter!


sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Resenha - Bidú caminhos por Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho

Olá caros leitores.

Saudades das resenhas? Pois é, tem sido um tempo de leituras longas e muito trabalho, mas, entre uma leitura pesada e outra, costumo reservar um espacinho para coisas mais leves, porém não menos interessantes.

Então a resenha de hoje é sobre um quadrinho: Bidú - Caminhos. vamos lá?

Capa:


Como de costume, as graphics MSP trazem uma capa bonita, que traz sentimentos e nos dá uma vontade louca de ter na estante

SINOPSEEm Bidu – Caminhos, os autores Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho reimaginam a forma como Bidu e Franjinha - os dois primeiros personagens criados por Mauricio de Sousa - se tornaram melhores amigos. Uma aventura cheia de problemas, surras, desvios de rota, chuva, cachorros, decisões difíceis e ternura.

DADOS TÉCNICOS: 2014, 84 páginas, Editora Panini, Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho

LINKS PARA COMPRA: Amazon

RESENHA: Bidú - Caminhos é mais uma das interpretações dadas por artistas modernos à obra concebida pelo genial Maurício de Souza, um ícone da literatura brasileira.
Como de costume a obra homenageia os personagens sem interferir com a essência deles, o que nos deixa aliviados e felizes pelo bom trabalho dedicado a personagens por nós tão queridos



A HISTÓRIA: Nessa revista temos recontado o primeiro encontro entre Franjinha e Bidú, mas a história mesmo é praticamente toda voltada a uma aventura anterior a esse encontro onde o cachorrinho azul passa por muitos perrengues.

UM POUCO DE VIDA REAL: Nos deparamos com problemas comuns a muitos cachorros abandonados nessa revista. A luta diária por comida e abrigo, os perigos ao encontrar animais maiores, humanos malvados e o sempre presente risco de atropelamento.
É uma revista que coloca à prova a questão liberdade x conforto a que muitos pets são expostos nos dias atuais. Leia e tire suas próprias conclusões.

NOSTALGIA: Apesar de os quadrinhos da turma da Mônica serem, em geral, destinados ao público infantil, as graphics MSP têm uma pegada mais focada no público adulto, em pessoas como eu que passaram a infância lendo gibis e agora compram esse material para exercitar a nostalgia.
É claro que o material também pode ser lido por crianças, mas adultos aproveitarão muito melhor as nuances. A arte é um show a parte, por isso, vire as páginas bem devagar para perceber a riqueza de detalhes e a delicadeza de cada quadrinho. É possível ver que foi feita com amor.



CACHORROS NÃO FALAM: Outra visão comum em gibis e histórias infantis em geral é a antropomorfização de personagens animais. Mas nessa revista, eles não falam usando palavras. Ao invés disso os balões contém imagens semelhantes a emojis. O leitor precisa interpretar as falas através dos sentimentos passados, bem parecido com os animais verdadeiros.
É uma técnica que causa um certo desconforto, mas que funciona muito bem quando nos acostumamos a ela. E os balões tem uma arte a parte também.

ONOMATOPEIAS: Foi necessário recorrer ao uso dessa figura de linguagem para deixar a história ainda mais interessante, por isso você encontrará onomatopeias (barulhos descritos por palavras) por toda a revista, desenhados de forma brilhante.
A técnica ajuda a preencher os espaços que a falta de diálogos poderia causar e nos deixa com algo para ler, além de apenas olhar para as imagens.

CONCLUSÃO: Bidú - Caminhos é outra obra que acerta em cheio com o objetivo dessa coleção e faz felizes tanto os fans mais antigos da turminha quanto o pessoal mais novo. Traz algumas ideias inovadoras e, mesmo assim, respeita a obra original. No Skoob ganha um 5 com louvor e pedidos por mais.

E você já leu essa revista? Então diga o que achou.
Se não leu, então nos diga se essa resenha o deixou curioso e porque.

Grande abraço a todos

Dan Folter!

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Análise Literária - Os trabalhadores do mar de Victor Hugo

Salve amigos desinformados!
Que tal começarmos o ano com uma nova seção aqui no blog?

Análise literária é onde falaremos de obras consideradas clássicas ou que já sejam antigas, afinal, não faz muito sentido fazer resenha de coisa velha, não é mesmo?

Por isso, essa seção conterá spoilers!!!  Por isso, se você ainda não leu algum dos livros dos quais falaremos por aqui, é melhor correr e ler e depois voltar por aqui.

Para começar, selecionamos um mais de 100 anos de existência: Os trabalhadores do mar de Victor Hugo

Capa:


Pela capa já se pode ver que não se trata de um livro novo ou voltado para leitores iniciantes. É um clássico e a capa nao se envergonha disso.
Destaque para a mensagem "texto integral" na parte de baixo, já que é comum encontrarmos versões resumidas de obras como esta.

SINOPSEA riqueza imagística e formal de sua lírica fez de Victor Hugo o maior poeta romântico francês, também principal mentor do Romantismo em seu país e um de seus mais importantes prosadores. Em 1886, escreveu o romance "Os Trabalhadores do Mar", considerado por muitos críticos e leitores como sua verdadeira obra-prima.

DADOS TÉCNICOS: 2004 (1886), 461 páginas, Martin Claret, Victor Hugo


ANÁLISE:  Victor Hugo foi um escritor francês mais conhecido por ser o autor de dois grandes clássicos da literatura: Os miseráveis e O corcunda de Notre Dame (Notre Dame de Paris), mas aqui temos uma obra menos conhecida, embora considerada por muitos críticos como sendo a grande obra prima do autor.

Victor Hugo é um dos representantes mais importantes do movimento conhecido como Romantismo na França e suas obras ainda são lidas e estudadas nos dias de hoje graças à qualidade literária e as histórias bastante humanas.

LINGUAGEM: Se você é daqueles que acha Machado de Assis "chato" porque a linguagem utilizada é difícil para os padrões atuais, fuja desta obra na maior velocidade possível.
A linguagem do autor é bastante rebuscada e nos obriga a reler alguns parágrafos ou consultar um dicionário para entender certas passagens.
A versão por mim lida tem tradução justamente de Machado de Assis, o que torna as coisas ainda mais interessantes (ou não).

RITMO MUITO LENTO: Se você acha que boas histórias precisam prender o leitor desde o primeiro parágrafo e quer ação o tempo inteiro, fuja desta obra. Tudo aqui acontece em ritmo extremamente lento e descritivo, quase não havendo acontecimentos, mas se explorando ao mínimos detalhes tudo aquilo que se mostra.

DESCRIÇÕES DE ENCHER OS OLHOS: Característica do romantismo, tudo é descrido com riqueza de detalhes absurda, chegando a ser cansativo em alguns momentos. Aqui é preciso entender o ritmo de vida da época e não desistir, pois é uma obra que vale a pena.
As descrições não se dedicam apenas à lugares, paisagens ou pessoas. Procedimentos são explicados em minúcia, o que torna a leitura pesada para o leitor casual.

Os termos náuticos também dificultam um pouco a compreensão caso você não entenda nada de barcos assim como eu. Das duas uma: ou você procura no dicionário cada palavrinha para entender exatamente do que se trata ou encara como "é peça de barco" e segue adiante.

FILOSÓFICO: É maravilhosa a forma filosófica e, muitas vezes irônica, com que Victor Hugo escrevia. A autor dá a sua opinião sobre várias facetas humanas e viaja com gosto em frases que nos farão pensar por muito tempo. Vaja alguns exemplos desse tipo de passagem:

" Os teimosos são os sublimes. Quem é apenas bravo tem só um assomo, quem é apenas valente tem só um temperamento, quem é apenas corajoso tem só uma virtude; o obstinado na verdade tem a grandeza. Quase todo segredo dos grandes corações está numa palavra: perseverando. A perseverança está para a coragem como a roda está para a alavanca: é a renovação perpétua do ponto de apoio. Esteja na terra ou no céu o alvo da vontade, a questão é ir a esse alvo."

“Nada se compara à timidez da ignorância, a não ser a sua temeridade. Quando a ignorância começa a ousar é que tem uma bússola consigo. Essa bússola é a intuição da verdade, mais clara às vezes num espírito simples que num espírito complicado."

"A vida é a viagem, a ideia é o itinerário. Sem itinerário, para-se. Perdido o alvo, morre a força."

IRÔNICO: Logo no início da obra conhecemos Gilliat, um homem que, por não se enquadrar nas convenções sociais da época, era taxado como uma espécie de bruxo, um homem que pactuava com o demônio.
Engraçado é que o autor coloca as mais absurdas afirmações dos populares com uma ironia deliciosa de se ler, mostrando todo o preconceito das pessoas com aquele que não compreendem, ao mesmo tempo que nos mostra que Gilliat é um homem honrado que gosta do mar, da natureza e está apaixonado por uma moça local, Deruchette.

ROMANCE IMPOSSÍVEL: Outra característica comum ao romantismo é o amor impossível. Gilliat não se vê a altura de Deruchette, porém enxerga uma chance de redenção ao fazer um enorme favor ao tio da moça salvando parte de um barco naufragado.
Gilliat passa um tempo enorme nesse resgate, numa luta pela própria vida, uma batalha contra o mar, contra as intempéries e contra todas as possibilidades.

UM LIVRO MUSICAL: A escrita de Victor Hugo é tão bela que, muitas vezes, parece melódica. A escolha de palavras, mesmo quando há o exagero no tamanho das descrições, mostra a escrita que beira o genial, mesmo que seja um pouco maçante em alguns trechos.

UM FINAL PARA CHORAR: Não há um final feliz em os trabalhadores do mar, pelo menos não para Gilliat, porém o altruísmo do personagem ao se sacrificar por outros, até pela mulher amada, resulta em muito para o leitor refletir.

VALE A PENA LER? Tudo depende do perfil de cada leitor. Se você gosta de livros de ritmo rápido, com muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, corra dessa obra. Você vai ficar entediado e provavelmente não irá terminar a leitura.
Agora se você é um apaixonado pelas letras como eu, estuda na área ou gosta de obras primas da literatura, mesmo que sabendo que a leitura será difícil em alguns momentos, então invista na obra e prepare-se para se apaixonar.

E aí, meus caros? Gostaram dessa nova seção?
Então deixem seus comentários abaixo

Abraço a todos

Dan Folter