segunda-feira, 4 de julho de 2016

Resenha - Um toque de morte de Luiza Salazar

Pode me chamar de Kat. Eu daria tudo para ser apenas uma jovem universitária, preocupar-me com os assuntos discutidos nos trens, nos corredores das escolas, nas ruas: qual roupa vestir na festa, qual o futuro da política do país, quem vai ganhar o jogo esta noite. É, você entendeu.

Mas na minha cabeça só há espaço para uma preocupação: quem será a minha próxima vítima.

É com essa sinopse que Luiza Salazar apresenta "Um toque de morte", obra lançada pela editora Draco, conhecida por lançar ao mercado, vários autores nacionais de talento.

Logo de início chama a atenção a interessante premissa da obra: Kat não pode encostar suas mãos em alguém ou essa pessoa é morta. A ligação com a bela capa e o início forte embalam e leitura e conquistam o leitor a ler o resto da obra.

Dai em diante acompanhamos a saga de Kat para descobrir mais sobre o seu passado enquanto tenta sobreviver ao colégio com seus problemas corriqueiros e às consequências do seu dom/maldição.

Do que gostamos:
- Da narrativa em primeira pessoa, dando bastante enfoque para os pensamentos irônicos e auto-destrutivos da personagem principal. a ironia usada na narrativa desloca o livro para longe dos clichês adolescentes e embala a leitura.

- Da escrita de qualidade de Luiza, fluída e cuidadosa nos detalhes, com pouquíssimos erros no texto.

- Do clima de mistério, que nos faz virar a página para descobrir logo o que vem a seguir.

Do que não gostamos:
- Do cenário. Nova York foi retratada com pobreza de detalhes, apesar de o foco ser no sentimentos de Kat, achei que poderia acontecer no Brasil ou noutro lugar que pudesse ser melhor descrito.

- Do meio e do fim. Da metade do livro em diante, algumas pontas soltas insistem em não ser costuradas e começa a ficar claro que a autora está segurando informações para a continuação.  Nada contra histórias que continuam, mas Um toque de morte acaba um tanto abrupto, como se a experiência só pudesse ser completa por quem lê a continuação. O ápice da história não me agradou muito.

Vale a pena? Vale sim. Para conhecer o trabalho da autora que é bem interessante e porque ela criou uma fantasia bem convincente que funcionará com públicos variados.

No Skook ganha 3 estrelas de 5 possíveis. Foram bons momentos lendo a obra.

E você ficou interessado em ler? ou já leu e quer deixar uma opinião? Então comente aí embaixo!

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