segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Resenha - O andarilho das sombras - de Eduardo Kasse

Quando se inicia a leitura de um livro e o tema é vampiros, dá logo um frio na espinha. E não é porque o tema traga medo, mas sim pelo risco de ter em mãos outra obra do nível de Crepúsculo.

Graças aos Deuses a dúvida é desfeita logo nas primeiras páginas, pois Harold Stonecross é um monstro, amaldiçoado com a vida eterna, alguém que nunca mais poderá ver a luz do sol. Notar alguma influência de "Vampiro, a máscara" na obra me deixou ainda mais feliz e tranquilo.

Esse é o plot de "O Andarilho das Sombras" do autor Eduardo Kasse, lançado pela editora Draco.

Uma história onde acompanhamos o protagonista em duas tramas simultâneas. O tempo "presente" e o passado. A técnica de escrever usando flash back parece estar na moda, mas o autor consegue fazer isso sem ser chato ou perder o foco, pelo contrário, ele te deixa curioso em saber o final das duas histórias.

Acompanhamos todos os amores, dramas e caçadas de Harold, seus sonhos, suas lembranças e toda a dificuldade que um vampiro tem para se alimentar, ocultar-se durante o dia e não despertar suspeitas sobre a sua verdadeira natureza.

A escrita do autor é rica e o trabalho de pesquisa parece ter sido grande, graças ao cuidado dedicado aos detalhes de época. Eduardo Kasse com certeza conseguiu me deixar curioso para ler outras obras suas.

Valeu 4 estrelas de 5 pois não fiquei totalmente satisfeito com o final. Uma escolha coerente do autor, mas que não foi de encontro ao que eu desejava. 

Fica também uma ligeira advertência para as pessoas mais religiosas, pois a posição do personagem quanto ao cristianismo e, principalmente quanto à igreja católica podem soar ofensivas para alguns. O linguajar utilizado, sem frescuras, também pode ser um problema se você não gosta do estilo, mas me rendeu boas risadas durante a leitura.

Se você não tiver problemas com religião e quiser ler uma história sobre vampiros como eles devem ser, aproveite O andarilho das sombras.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Entrecontos lança desafio fantasia


Você é escritor e gosta do estilo fantasia? Ou você é um leitor que se interessa pelo gênero?

Em ambos os casos, é importante você saber que o site entrecontos lançou o concurso de contos de fantasia e você pode participar escrevendo para o concurso ou prestigiando ao ler as obras publicadas por outros escritores.

Se você escreve e quer saber mais, veja todas as regras na página oficial dos caras. http://entrecontos.com/2016/02/16/regulamento-desafio-fantasia/

E se você é leitor, fique atento pois no dia 5 de março de 2016, serão disponibilizados os contos para sua apreciação. E o melhor, de graça.

O resultado com os classificados para a segunda fase saí em seguida e divulgaremos por aqui.

Claro que estarei participando do concurso, mas, como ele exige um anonimato inicial, só divulgarei o meu conto ao final do concurso, juntamente com o resultado final.

Fique de olho!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Crônica - Imediatismo na sociedade moderna

Dan Folter (escritor e professor de inglês)
Outro dia eu estava respondendo a uma pesquisa online e me foi perguntado se eu era sempre o primeiro a experimentar novas tecnologias.
Respondi que não, afinal não quero ficar testando aparelhos para os fabricantes, prefiro sempre esperar um pouco e comprar depois quando as coisas já estão mais estáveis.

Esse fato, porém, me fez pensar sobre o imediatismo da sociedade. As pessoas precisam ter aquele aparelhinho novo antes do que as outras, querem assistir aquela nova série antes que todo mundo, e elas costumam pagar mais caro por isso. Pense naquelas imensas filas nas lojas da Apple sempre que um produto novo é lançado. Que diferença faz comprar meses depois ou não comprar?

Apenas recentemente comecei a assistir calmamente ao seriado "Breaking Bad" na Netflix e ao comentar com um conhecido, percebi que ele me olhava com estranhamento por eu só estar assistindo agora. Eu não tive tempo antes, devo deixar de ver apenas por que não é mais lançamento?

Comecei a pensar no quanto as pessoas perdem de qualidade de vida, nessa corrida desesperada pelo novo, esse desespero coletivo por ser o primeiro em algo que não te devolve nada em troca a não ser um tipo de status pra lá de subjetivo.

Deveríamos deixar de ler uma obra de Aghata Christie ou de ouvir um disco dos Beatles porque eles são antigos? Ou, falando pejorativamente, velhos?

Lembro-me de um carro que comprei anos atrás. Era um modelo zero quilômetro, mas estava em vias de parar de ser fabricado. Era um ótimo veículo e custava o mesmo que um modelo de categoria inferior, mas com design mais antigo. Optei pelo carro pagando um preço excelente e ainda paguei seguro mais baixo porque o modelo era menos visado pelos bandidos.

As perguntas se o meu carro havia sido comprado usado eram respondidas com um humilde sim, afastando potenciais invejosos e pessoas que pensam que ganho dinheiro fácil.

Talvez seja a idade, talvez eu esteja ficando mais esperto, mas estou preferindo tomar apenas uma boa cerveja em tempo de não esquentar do que engolir várias cervejas ruins em uma golada apenas porque preciso "ficar ruim" bem depressa como fazem muitos.

Talvez seja por causa desse imediatismo que as pessoas passem tão pouco tempo em seus empregos ou mudem de par romântico tão depressa, afinal se a promoção não veio em 5 meses eu devo estar estagnado e se a minha companhia acordou de mal humor no domingo, é a hora de procurar outra, afinal o tempo urge.

Sim, o tempo. O tempo é uma das poucas coisas que não se podem ser vendidas ou emprestadas, por isso eu procuro aproveitar o meu da melhor forma possível, e você? já pensou sobre isso?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Conheça Dan Folter - Futuro best seller literário


Vejam esse olhar obstinado, essa expressão inteligente e, por que não, sábia.

Este é Dan Foter, Escritor, autor, blogueiro, professor e talvez profissional de TI.

Bom, toda essa apresentação é apenas pra você entender que, com a publicação de meu primeiro livro impresso prestes a acontecer descobri que o meu nome (Daniel Martins) é extremamente comum.
Tem até biografia de um outro escritor com esse nome já publicada por aí.

Por isso, relancei todas as minhas obras digitais e atualizei todas as redes sociais literárias para Dan Folter. 

Dan, como qualquer acéfalo é capaz de perceber é uma contração de meu primeiro nome e Folter é o sobrenome da minha mãe.
Como a tradição machista pede que recebamos o sobrenome do pai, mas não o da mãe, acabei por ficar sem o Folter e esta é também uma forma de homenageá-la e fazer justiça, afinal foi criado pelos dois, não é mesmo?

Por isso, quando você chegar a uma livraria e ver na estante dos mais vendidos um livro de Dan Folter, pode levar sem medo que é meu.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Literatura - Resenha - O castelo da águias - De Ana Lúcia Merege

Você tem preconceitos leitor?

Antes de responder que "não, de jeito nenhum", vamos refletir sobre o que é preconceito.

Muitas pessoas confundem discriminação (um ato imbecil) com preconceito que é apenas ter uma opinião formada à respeito de algo que não conhece muito bem.

Então todos nós temos preconceito sobre o planeta Marte, afinal não o conhecemos ainda, certo?

Dito tudo isso, posso passar ao livro que vamos avaliar hoje. O castelo das águias de Ana Lúcia Merege. O livro foi publicado pela editora Draco, conhecida por investir em autores nacionais de fantasia.

O primeiro obstáculo a se superar quando se pensa em ler o livro é: "É uma obra para meninas?" Confesso que ao olhar a capa me imaginei lendo um daqueles romances melosos em primeira pessoa onde apenas os sentimentos amorosos da protagonista são explorados. A autora parece ter antevisto essa possibilidade e, já no prólogo, tratou de colocar ação e fantasia para que o leitor saiba do que se trata.

Superado esse preconceito veio outro: "A protagonista chega a uma escola de magia" e o leitor imediatamente pensa "outro Harry Potter?" "Jornada do herói de novo?" Mas aí descobrimos que Anna não chega como aluna, mas como professora. Ufa! clichês e preconceitos superados, podemos falar da história que é o que interessa.

O castelo das águias é uma aventura. Gênero sufocado pelos rótulos que vieram depois. Vamos chamar de aventura fantástica então (nem sei se esse rótulo existe) e é contado em primeira pessoa pela visão de Anna, uma mulher que deixou sua casa no meio da floresta para ensinar magia em uma escola no meio da civilização.

O livro é interessante e a autora sabe cativar a curiosidade do leitor, fazendo-o querer ler mais para saber o que vem à seguir. Temos sim um romance, mas nada de meloso, na medida certa, temos vilões, heróis e bons coadjuvantes. Uma boa e divertida leitura.

Os pontos negativos vão para o excesso de personagens. As situações propostas exigiam que Anna conhecesse muitas pessoas e a autora acaba nomeando e descrevendo superficialmente cada uma delas. No final do terceiro capítulo você já ouviu falar de uns 30 personagens e não se lembra de metade.
Por sorte eles não são muito importantes e aqueles que tem papel relevante acabam sendo melhor descritos.

Não leia se você quer algo profundo, psicológico ou cheio de camadas. Não há viradas ou grande revelações.

Leia se você gosta de uma boa aventura, bem escrita e estruturada, com personagens interessantes. Leia também se você é um aspirante a escritor ou escritor iniciante pois verá como estruturar uma obra simples.

No skoob, ganhou 3 estrelas de 5. Não muda a vida de ninguém, mas diverte.